Nesta história infantil sobre amor-próprio e autoestima, conhecemos Aurora, uma menina sensível que aprende a enxergar seu valor além das comparações. Uma narrativa delicada que nos convida a olhar com mais carinho para nós mesmos.
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Aurora sempre chegava à escola com os olhos atentos, como quem espera por alguma mágica escondida nas páginas dos cadernos ou no som do giz riscando o quadro.
A pequena escola no alto da colina tinha cheiro de madeira antiga e merenda quente.

Enquanto os colegas riam, falavam alto e desenhavam estrelas nos cantos das folhas, Aurora ficava em silêncio. Observava. Comparava. O riso do Pedro era mais seguro, os desenhos da Lívia eram mais bonitos, a resposta do Hugo sempre vinha depressa. Tudo nela parecia menor e mais apagado.
Na sala de aula, a professora Cecília fechou o livro de ciências e se levantou devagar.
— Hoje não vamos falar de plantas nem planetas — disse, com um brilho nos olhos. — Hoje vamos falar de algo que mora dentro da gente. Quero que cada um pense em algo que goste em si mesmo.
Gostar de algo em si mesma? Ela não achava que tinha nada para gostar.
Uma mão se levantou.
— Eu gosto do meu cabelo encaracolado — disse Lívia, ajeitando os cachos com carinho.
— Eu gosto do meu sorriso — falou Rodrigo apontando para os dentes.

Um a um, os colegas diziam o que gostavam em si. E, quanto mais falavam, mais Aurora se encolhia por dentro. Quando chegou sua vez, as palavras não vieram. Apenas um sussurro:
— Eu… não sei. Acho que não tenho nada especial.
A professora se aproximou sem pressa e se agachou ao lado da carteira de Aurora.
— Tudo bem não saber agora. Às vezes, a gente precisa escutar mais o coração antes de responder — falou a professora, com ternura.
Naquela noite, Aurora escovou os dentes devagar, parou em frente ao espelho e olhou para si como se fosse outra pessoa. Tentou encontrar algo que gostase: os olhos? O nariz? A voz? Mas tudo parecia comum. Ela lembrou do que a professora disse e respirou fundo. “Tudo bem não saber agora.”
No dia seguinte, ao abrir a mochila, encontrou um papel dobrado entre os cadernos. Um bilhete com letras arredondadas:
“Querida Aurora, você é especial do jeito que é.
Lembre-se de ser gentil consigo mesma.
Com carinho, Professora Cecília.”

O papel era pequeno, mas parecia iluminar tudo por dentro. Aurora dobrou devagar e guardou no estojo como se fosse um tesouro.
Nas semanas seguintes, algo começou a mudar — sem alarde, sem pressa. Ela notou que sabia ouvir os colegas com atenção. Que seu jeito de inventar jogos era divertido. Que sua risada fazia a turma rir junto, mesmo sem motivo. E, um dia, sem nem perceber, disse para si mesma diante do espelho:
— Eu sou incrível do jeito que eu sou.

Aurora não parou de se comparar de um dia para o outro. Ainda havia dias em que se sentia pequena.
E, com o tempo, aprendeu algo que nem todos os adultos sabem: amar a si mesma não é achar que é perfeita — é aprender a enxergar o valor mesmo quando ninguém está aplaudindo.
Desde então, Aurora foi parando de se comparar com os outros. E, toda vez que via alguém se diminuindo, lembrava do bilhete dobrado em seu estojo e dizia:
— Você também é especial. Só precisa se olhar com mais carinho.
Olá, famílias amorosas!
A história de Aurora nos leva por um caminho de descobertas internas, onde o amor-próprio é cultivado com cuidado e verdade. Ao lado dessa personagem tão doce, refletimos sobre como cada criança tem seu tempo para reconhecer o que a torna especial.
Aproveitem esse momento para conversar com seus filhos sobre o que significa gostar de si mesmo e como a comparação nem sempre mostra a verdade.
Palavras Diferentes
- Comparar: Olhar para duas coisas ou pessoas e perceber o que é parecido ou diferente.
- Especial: Algo ou alguém que tem qualidades únicas e importantes.
- Bilhete: Um papel com uma mensagem curta e carinhosa.
- Gentil: Alguém que trata os outros com cuidado e carinho.
- Autoestima: É quando a pessoa reconhece o próprio valor e se sente bem consigo mesma.
Conversa Após a Leitura
Vamos conversar sobre o que sentimos?
- O que Aurora aprendeu sobre o amor-próprio?
- Vocês já se compararam com outras pessoas? Como se sentiram ao fazer isso?
- O que você gosta em si mesmo?
- Como podemos ajudar um amigo que está se sentindo triste com ele mesmo?
Conversas como essa ajudam a criança a desenvolver uma autoestima saudável e a perceber que se valorizar é um processo cheio de descobertas e acolhimento.
Atividades Práticas
1. Criar um Espelho Mágico da Autoestima
Coloque um espelho em um local acessível e convide a criança a se olhar e dizer três coisas que gosta em si mesma. Em seguida, ela pode desenhar ou escrever essas qualidades e colar ao redor do espelho. Essa prática visual e repetitiva ajuda a construir um olhar mais carinhoso para si.
Em grupos, cada criança pode montar seu próprio espelho e apresentar suas qualidades aos colegas.
2. Fazer um Caderno do “Eu Gosto de Mim”
Proponha criar um caderninho personalizado com capa decorada onde a criança escreverá ou desenhará, ao longo dos dias, coisas que gosta em si, atitudes positivas e elogios que receber. Essa atividade reforça a autoestima de forma contínua.
Com crianças que ainda não escrevem, os adultos podem registrar as falas enquanto elas desenham.
3. Criar um Bilhete de Carinho para Alguém
Inspire-se no gesto da professora Cecília e convide a criança a escrever (ou desenhar) um bilhete carinhoso para alguém que ela gosta — pode ser um amigo, irmão, familiar ou até ela mesma! O bilhete deve conter uma mensagem de incentivo e reconhecimento, como “Você é especial do seu jeitinho” ou “Gosto quando você me faz sorrir”.
Essa atividade desenvolve empatia, autoestima e a prática do afeto através das palavras.
Com grupos maiores, organizem uma “Caixinha do Coração”, onde todos colocam seus bilhetes e depois sorteiam para ler em voz alta.
Dicas Pedagógicas
• Crie momentos frequentes para que a criança fale sobre si com orgulho, sem julgamentos. A escuta ativa é essencial para fortalecer o amor-próprio.
• Reforce os pequenos gestos positivos do dia a dia. Dizer “vi como você foi gentil” ou “foi muito legal sua ideia” mostra que ela é vista e valorizada.
• Evite comparações entre irmãos, colegas ou amigos. Cada criança tem seu tempo e suas belezas particulares.
• Deixe visíveis em casa desenhos, frases e criações que a criança fez com carinho por si mesma. Isso reforça positivamente a imagem que ela tem de si.
Esta história infantil sobre amor-próprio e autoestima de Aurora nos lembra que, ao cultivarmos a gentileza com nós mesmos desde pequenos, formamos adultos mais confiantes, sensíveis e preparados para enfrentar os desafios do mundo com amor e verdade.
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Aurora nos mostra que amar a si mesma é um aprendizado constante — e todo apoio conta! Compartilhe essa história com outras famílias e ajude mais crianças a descobrirem o quanto são especiais do jeitinho que são.